Sim. Estamos a vivenciar momentos de angústias, medos, incertezas, dúvidas e receios, talvez. As opiniões são muitas: “talvez isso”, “talvez aquilo”, “não sei”, “o que será?” e muitas outras percepções.
Afloram sentimentos de todo tipo, sentimentos esses alimentados pela mídia, quando ouvimos a todo momento os noticiários de TV, rádio, páginas da internet, redes sociais, enfim, todos os canais de comunicação. Seja por onde andamos ou com quem dificilmente nos encontramos, a pauta da conversa gira em torno de toda essa pandemia.
Claro! Não devemos nos alienar e nem negar o que está acontecendo com a humanidade! Porém, podemos escolher o que ver e quando ver sobre a pandemia.
Até ontem podíamos andar tranquilamente pela rua, pelo bairro, pela cidade, pelo país e viajar pelo mundo afora. Ontem podíamos sair para trabalhar sem nos preocuparmos e nem olharmos para nada; podíamos cumprimentar a todos com beijos, abraços e aperto de mãos. Ontem podíamos combinar com os amigos de tomar café, ir à balada, reunir na casa de alguém, ir ao casamento, ir ao velório de um conhecido e distribuir abraços de conforto a família dele. Ontem podíamos passar na casa da vó para lhe dar um beijo e, no domingo, almoçar com toda a família. Podíamos ir ao shopping com os filhos e deixá-los brincando com outras crianças; podíamos sair para jantar com nossas esposas, maridos, namoradas(os), crush´s. Podíamos também ir ao centro “bater perna”, ir todos ao mercado para as compras e, depois, fazer o churrasco ou a feijoada de final de semana ou ir à feira comer pastel e tomar caldo de cana. Ontem podíamos andar por aí sem máscaras. Tocávamos nos corrimãos, maçanetas, balcões, em nosso próprio rosto etc. Podíamos até ficar ao lado de desconhecidos! Ontem podíamos buscar ajuda espiritual nas igrejas, nos templos, centros e reuniões. Ontem podíamos ir a quaisquer consultas médicas, às sessões presenciais de terapia e acompanhar os idosos no cuidado de sua saúde. Ontem podíamos fazer muito de tudo isso!
O que podemos hoje? Hoje podemos ficar em casa e torná-la um lugar agradável e saudável no convívio familiar e individual, transformando-a em um lar, não somente durante a quarentena, mas ao longo de nossas vidas. Hoje podemos ter contato com aqueles que amamos, mesmo cada um estando em seu lugar, através de ligações, declarações, preocupações, palavras de carinho e afeto. Hoje podemos marcar encontros virtuais com nossos amigos, continuar a acompanhar os processos de suas vidas, mesmo não estando fisicamente ao lado deles. Hoje podemos ser família, vivenciar e olhar para quem convive conosco, senti-los em sua verdade. Podemos sorrir com as conquistas e sabedoria de nossos filhos, diante dos quais, muitas vezes na correria de ontem, sequer parávamos para olhar e ouvir o que eles sabem e entendem do processo da vida. Hoje podemos tocar em nós mesmos, perceber a nossa adaptação as condições que estão sendo propostas, sentir de fato quem somos, colocar em nós a (mais)cara do cuidado com o outro: a caridade, o altruísmo, o zelo sem interesse, a ajuda ao outro simplesmente pelo fato de ele ser um Ser Humano. Hoje podemos direcionar a espiritualidade a nós mesmos, na autorreflexão, na introspecção, ressignificação, autovalorização, olhar para si, escuta de si. Hoje podemos nos perguntar: Como é estar em minha própria companhia?
Dependendo do que você escutou de si, seria muito importante buscar ajuda profissional de um psicólogo. Esse profissional poderá ajudá-lo(a) a se interessar e gostar da sua própria companhia.
Atua na área da psicologia Clínica com enfoque na abordagem Psicanalítica onde atende adolescentes, adultos e idosos. Faz atendimentos on-line e presencial.
No Espaço Camila Ferreira atende nas duas unidades (Atibaia e Bragança Paulista).