Na relação amorosa é comum aparecer ciúmes relacionado a situações específicas. Esse ciúme pontual, até certo ponto, é considerado normal e saudável para o relacionamento. O diálogo é capaz de resolver a questão sem gerar maiores problemas. Já o ciúme patológico é caracterizado por sentimento de desconfiança constante.
Síndrome de Otelo é o nome dado ao ciúme doentio, inspirado no conto de Shakespeare, que se passa na Itália, no século XV e conta a história de um general – Otelo, que convencido da infidelidade da esposa e sofrendo de um ciúme tão intenso, mata a esposa Desdêmona.
As pessoas com Síndrome de Otelo ou Celotipia sofrem com delírio constante de que estão sendo traídas e enganadas. Fazem de tudo para encontrar provas que comprovem que sua desconfiança é real, que ficam paranoicas com a ideia da infidelidade. Deixam de realizar atividades de sua rotina para se concentrar em investigar o parceiro.
A Síndrome de Otelo é a forma mais grave de ciúme, que Dalgalarrondo (2008) define como ideias predominantes sobre outros pensamentos e de grande importância afetiva para o indivíduo que as produz; ideias que, ao contrário das obsessivas, são aceitas pelo sujeito, já que fazem sentido para ele. As ideias delirantes, ou delírios, por sua vez, são juízos patologicamente falsos. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR, 2002), o Transtorno Delirante Paranóico do tipo ciumento é o delírio centrado na convicção, sem motivo justo ou evidente, de que está sendo traído pelo cônjuge ou parceiro romântico. A crença é injustificada e se baseia em inferências incorretas sustentadas por pequenas “evidências”, as quais são acumuladas e utilizadas para a justificativa do delírio. O sujeito pode tomar medidas extremas para evitar a suposta infidelidade. Segundo Dalgalarrondo (2008), geralmente, o sujeito que apresenta esse delírio é extremamente dependente de forma emocional da pessoa amada. O ciúme, quando desproporcional e profundo em indivíduos com alto grau de possessividade e insegurança, pode ser difícil de distinguir do delírio de ciúme. Nessa perspectiva, o ciúme patológico pode ser tanto um verdadeiro delírio, como também uma ideia prevalente.
Os sintomas:
Pode haver alteração na percepção, onde detalhes sem importância são considerados provas da infidelidade, embora não sejam baseados na interpretação lógica.
Formada em Gestão de Recursos Humanos e em Psicologia, especialista em Saúde Mental, atua atendendo adultos na abordagem psicanalítica. Realiza atendimentos on-line e presencial.
No Espaço Camila Ferreira vem atendendo nas duas unidades (Atibaia e Bragança Paulista).