Fobias: Você tem medo de quê?

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A fobia é uma forma exacerbada de medo. Geralmente, desproporcional ao perigo real. Ela está classificada como um tipo de transtorno ansioso. 

A ansiedade é uma queixa muito comum na vida cotidiana, com tantos fatos e informações ameaçadoras que recebemos o tempo todo: violência, doenças, enchentes, acidentes e uma infinidade de outros fatores. Mas você sabe por que essas informações podem causar sintomas físicos tão desagradáveis que podem interferir em várias áreas da vida? 

Durante a evolução da nossa espécie, o cérebro foi criando mecanismos para a nossa sobrevivência. Entre eles o medo é um dos mais importantes. Quando estamos diante de uma ameaça, o cérebro entra em estado de alerta e dispara uma quantidade enorme de adrenalina, que cai na corrente sanguínea e provoca alterações físicas: aperto no peito e aumento do batimento cardíaco, respiração ofegante, excesso de suor, tremor, dormência em partes do corpo, tontura, enjoo, preocupação excessiva com pensamentos repetitivos e, geralmente, catastróficos, dificuldade de concentração e, algumas vezes até desmaios. Muitas vezes esses sintomas são confundidos com outros problemas de saúde, como infarto. Isso tudo porque, em uma situação de perigo real, nosso corpo se prepara para lutar ou fugir. Precisamos de mais sangue nos músculos para eles ficarem forte e preparados. Por isso o batimento cardíaco aumenta e os músculos se contraem causando tremor, suor, dormência e dores no corpo. A respiração fica ofegante para acompanhar o aumento do batimento cardíaco e oxigenar todo o corpo. Nossa atenção se volta para a ameaça e por isso os pensamentos ficam repetitivos e é difícil prestar atenção em outra coisa. Porém, quando esses sintomas se tornam constantes e incoerentes, interferindo nas nossas vidas e não temos consciência do que os está causando, temos uma crise ou um transtorno de ansiedade.

No caso das fobias o medo se torna irracional, persistente e intenso em relação à circunstância, objeto, animal ou lugar específico, que são evitados e os sintomas de ansiedade aparecem imediatamente e de forma intensa. Esse medo é desproporcional ao perigo real.

Existe a fobia social, que é caracterizado pelo extremo desconforto e pavor com situações sociais como ambientes novos, desconhecidos e cheios de pessoas estranhas, como em encontros sociais ou falar em público.

Pessoas com esse tipo de fobia ficam apavoradas com a ideia de ir a uma festa ou a qualquer outro evento social, podendo sentir tanto medo que, muitas vezes, chegam ao ponto de evitar todo e qualquer tipo de contato social.

Existe também as fobias específicas, que é um medo persistente e irracional de um determinado objeto, animal ou situação que represente pouco ou nenhum perigo real, mas que, mesmo assim, provoca ansiedade extrema.

A fobia não segue uma lógica propriamente dita, e a ansiedade nesses casos é incoerente ao perigo real que aquilo representa.

Em 2019, a OMS atestou que o Brasil está no topo da lista de pessoas ansiosas, no mundo. São 18,6 milhões de Brasileiros que sofrem de algum tipo de transtorno de ansiedade. As fobias específicas afetam cerca de 13% das mulheres e 4% dos homens. Algumas causam poucos inconvenientes, como por exemplo, quando uma pessoa que mora em uma cidade grande tem medo de cobras (ofidiofobia), a menos que ela seja solicitada a ir a uma área em que cobras são encontradas, essa fobia não afeta sua rotina. Mas outras interferem seriamente na sua vida, por exemplo, quando uma pessoa que deve trabalhar em um andar alto de um arranha-céu e tem medo de locais confinados e fechados (claustrofobia), como elevadores.

Entre as fobias mais comuns, podemos citar:

  • Acrofobia – medo de lugares altos;
  • Aerofobia – medo de voar;
  • Aquafobia ou hidrofobia – medo de água;
  • Aicmofobia – medo de agulha;
  • Brontofobia – medo de raios e trovões;
  • Claustrofobia – medo de lugares fechados;
  • Entomofobia – medo de insetos. Dentro dessa categoria existem vários tipos de fobias, quando o medo é de um tipo de inseto específico, tais como: barata (catsaridafobia), aranha (aracnofobia), etc.
  • Hematofobia – medo de sangue;
  • Nictofobia – medo do escuro;
  • Zoofobia – medo de animais, que pode se apresentar como uma fobia à um animal específico, tais como cachorro (cinofobia), galinha (alectorofobia), gato (ailurofobia), etc.

É fundamental lembrar, que esse medo é desproporcional. Obviamente, a maioria das pessoas tem medo de aranhas, uma vez que aprendemos que elas são venosas e perigosas à nossa saúde ou até mesmo à nossa vida. Evitamos tocar em uma aranha, porém sair do controle diante de uma, pode ser sinal de aracnofobia. Outro exemplo é o medo de altura. Não devemos ficar pendurados no parapeito do 15º andar de um prédio sem nenhum tipo de proteção, porém se apavorar com a ideia de sair em uma sacada ou pegar um elevador panorâmico, pode ser sinal de acrofobia.

Listei aqui alguns sinais e sintomas de algumas fobias, porém o diagnóstico só pode ser feito por um especialista. 

O tratamento mais efetivo para os transtornos ansiosos fóbicos é a Terapia Cognitiva Comportamental, que utiliza técnicas específicas para cada tipo e grau de fobia. Em alguns casos, o uso de medicação é recomendado, mas esse deve ser prescrito por um médico.

Vale ressaltar que algumas pessoas que sofrem com a fobia são alvo de “brincadeiras” por pessoas próximas, que expõem a pessoa ao objeto, animal ou circunstância, por achar que a reação é frescura ou engraçada. Essas “brincadeiras” não são engraçadas e, na verdade, acaba agravando o problema e causando um sofrimento desnecessário. 

Se você se identifica com algum desses sinais ou conhece alguém que os apresente, procure ajuda. Existe tratamento e ele é efetivo! Você pode melhorar muito sua qualidade de vida. 

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