Meu ciúmes é normal?

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O que seria um ciúme dito como normal? Em que momento esse sentimento se torna patológico? Aquela “olhadinha”no celular do parceiro (a) é inocente ou planejada? São muitas as características para o ciúme e muitas reações exacerbadas nos levam a pensar em algum distúrbio.

O ciúme só é considerado um distúrbio psiquiátrico quando domina as pessoas e altera drasticamente suas vidas. Já sabe-se hoje que essa emoção extremamente perturbadora vem acompanhadas de perturbações psicológicas (Revista Mente Cérebro).

Ouço muitos relatos de mulheres e homens ciumentos que acreditam que esse sentimento é prova de amor. E será que é mesmo?

Para Freud o ciúme serve para convencer o parceiro de que é digno do amor a ele dedicado. Ou seja: está vinculado ao próprio narcisismo (Revista Mente Cérebro). Em seu artigo, Alguns mecanismos neuróticos no ciúme, na paranoia e na homossexualidade (1922), Freud refere-se ao ciúme como um estado emocional normal, assim como o luto.

Ele estabeleceu três estágios ou graus do ciúme que podem ser descritos como: (1) ciúme competitivo ou normal; (2) projetado e (3) delirante.

  1. Esse ciúme é causado pelo pensamento de perder o objeto amado e da ferida narcísica. Apesar de ser dito como normal é importante destacar que esse não é um mecanismo completamente racional, ele esta fundado no inconsciente.
  2. O próprio ciumento tem a tendência de ser infiel e vê essa tendência no parceiro, fazendo com que tenha um certo alívio de consciência.
  3. Esse terceiro grau, Freud refere-se aos pensamentos delirantes de teor paranoico. São fantasias criadas pelo ciumento que alimentadas por terceiros (geralmente existe um terceiro que alimenta essas fantasias) se torna uma combinação por se dizer trágica.

Existe uma síndrome chamada Síndrome de Otelo, que foi inspirado na famosa obra de Shakespeare, Otelo – na qual seu personagem principal casa-se com a bela Desdêmona e possuído por um ciúme doentio e exacerbado, alimentado pelo seu amigo Iago acaba matando sua esposa e suicidando-se em seguida.

A peça vem sendo estudada até hoje por inúmeras áreas para se entender cada vez melhor sobre o ciúme patológico. O sinal mais característico da síndrome de Otelo é a procura obsessiva de “provas de infidelidade”. A menor observação, um mínimo gesto, ou um acontecimento qualquer são interpretados como demonstração óbvia de que o parceiro tem uma ligação extraconjugal (Revista Mente Cérebro).

A melhor forma de tratar a Síndrome de Otelo é buscar ajuda o quanto antes e entender as causas do problema. A psicoterapia seria uma grande ajuda e, nos casos extremos, se recomenda medicação (ajuda de um psiquiatra).

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