Enfrentando o Luto na Pandemia

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Diante da atual situação que muitos estão vivendo, diretamente ou indiretamente, lidando com a perda de algum conhecido, parente ou pessoas até mais próximas como filhos ou cônjuges, é necessário alguma intervenção a fim de conter esse sofrimento, sendo assim a psicoterapia em suas várias abordagens, está sendo um grande instrumento para ajudar muitas pessoas a lidarem com esse acontecimento, pois “O sofrimento só é intolerável quando ninguém cuida.” (Cicely Saunders).

O luto é um processo de elaboração diante de uma pessoa com quem vínculos foram estabelecidos. É a vivência da morte de forma consciente (kovács, 2007). Diante disso, alguns escritores contribuíram com as seguintes colocações: Segundo Parkes o luto pode ser visto por cinco estágios: Alarme; Torpor; Procura; Depressão; Recuperação/ Organização. Já Bowlby traz da seguinte forma a questão do luto: Torpor e protesto; Desejo intenso pela presença do que foi perdido; Desorganização/Desespero e Reorganização. Mas uma das maneiras mais citadas de se compreender as etapas do luto é a explicação de Kübler-Ross: Negação; Raiva; Barganha; Depressão e Aceitação. 

Assim a grande questão para muitos autores é a seguinte: qual a diferença entre luto e depressão? Segundo Guisolfi, Broilo e Aguiar (2001), essa diferenciação pode ser complicada, pois pode haver uma sobreposição de sintomas nos dois quadros e que apesar disso no luto os sintomas são reconhecidos como apropriados às circunstâncias, enquanto nos pacientes deprimidos eles são vinculados a crenças disfuncionais. Portanto, enquanto no luto os sintomas tendem a diminuir com o passar do tempo, na depressão eles podem piorar. 

Com a finalidade de refletir um pouco sobre esse assunto, já que se tornou tão vivencial por muitos e infelizmente tão frequente nessa fase que estamos passando, o propósito aqui fica de apresentar dentro da abordagem da Terapia Cognitiva Comportamental o atendimento para esses pacientes enlutados. Pois assim a maneira como as pessoas interpretam os eventos, influencia diretamente a emoção e o comportamento (Aaron Beck,1976).

Logo os atendimentos realizados dentro dessa abordagem podem ser direcionados em: Psicoeducação do modelo cognitivo comportamental assim como também sobre luto normal e patológico. Seguindo em sessões estruturadas como conceitualizar o caso, traçar objetivos e metas, verificar os pensamentos disfuncionais, fazer registro dos pensamentos, utilização de técnicas adequadas a fim de ajudar o paciente a lidar com suas emoções e comportamentos, a fim de avaliar seu pensamento de forma mais realista e adaptativa, obtendo uma melhora em seu estado emocional e no seu comportamento, pois não são as coisas que nos perturbam, mas a visão que temos dessas coisas.

Referências:
Luto – estudos sobre a perda na vida adulta. Colin Murray Parkes–Summus Editora
Morte e Desenvolvimento Humano. Maria Júlia Kovács–Casa do Psicólogo
Perda – tristeza e depressão. John Bowlby– Martins Fontes
Sobre a Morte e o Morrer. Elisabeth Kübler- Ross –Martins Fontes

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