Vulcões, variantes do vírus, voltas de motocicleta. Há espaço para expectativas?

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Viver uma Pandemia é mais do que sobreviver à pandemia, mais do que simplesmente combater uma pandemia, mais do que bipolarizar ideias. Após todo esse tempo de palco o covid tem nos mostrado a importância da superficialidade das coisas com maestria espetacular. Dizendo para nós que – enquanto mergulhadores equipados com seus ultraequipamentos e coragens de leão, mergulham para a escuridão, motociclistas sem capacete se arriscando nos corredores e sem máscara em ruas aglomeradas, construindo casas na beira de vulcão – há vida banhada ao sol, de razão junto do sentimento. De acolhimento ao medo, da crença na fé.

O corpo nos fala o quanto estamos indo longe nos buracos de minhoca para tentar encontrar joias, mas, na verdade, encontramos mais rochas, que precisam de cada vez mais ultraequipamentos para quebrar e passar ao próximo desnível. O estômago se corrói. As coisas mais espontâneas, satisfatórias e essenciais acontecem na superfície, debaixo do nariz, não estão dançando uma espécie de tango perto do núcleo da terra. Ao se enterrar em falatórios, códigos, roupas e outros fakes por aí, entramos numa dimensão mega involuída onde o funcionamento das relações é extremamente primitivo e entregue às oscilações dos reflexos e instintos selvagens, cobertos por algumas alegorias bem fajutas como fantasias de besouros.

A natureza, até mesmo a engenharia genética e as guerras biológicas, estão ensinando que não existem expectativas, não existe tempo, o que pode existir é uma grande cena, um estupendo estúpido quadro onde pessoas vão decair até nunca bater no fundo e arrastar outras com elas, com os maiores discursos e faixas. Já outro ou outros mundos onde todos estarão sentados para comer juntes à mesa, compartilhar, cuidar um do outro e viver o presente como realmente um presente. A escolha é de cada um, espero que seja de muitos também, talvez essa é a única expectativa que vale a pena ter.

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