Sentimentos Despertados na Família ao Receber Diagnóstico de um Filho com Deficiência

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O planejamento e nascimento de uma criança se inicia antes mesmo de ela existir. Os casais se casam na esperança de constituírem uma família e a história da criança nasce mediante o cruzamento das histórias infantis de cada componente, e das relações passadas com seus pais, onde esperam que seus filhos sejam a extensão dos seus sonhos e projetos. Em muitas famílias a fantasia do filho idealizado se já constitui no momento em que o casal se depara com o desejo de ter filho, porém, no decorrer processo da concepção do filho, acontecem fatos que mudam a rota planejada e nasce uma criança com deficiência que não corresponde os desejos dos pais onde acabam causando desajustes emocionais. Neste primeiro momento há o que podemos denominar de “morte” do filho idealizado e o nascimento do filho real.

Neste primeiro momento que surge o diagnóstico, e é comum o aparecimento de vários sentimentos e mudanças no ciclo familiar. Em alguns casos, as famílias tendem a ter dificuldades de aceitação e buscam explicações diversas para o diagnóstico. A chegada dessa criança pode evocar vários sentimentos: medo, raiva, culpa, impotência, tristeza, angustia, decepção que tendem em alguns casos, a contribuir para uma crise familiar causando um choque pelo desejo do filho idealizado. É aqui que a família vivencia luto pelo filho idealizado que é como se houvesse a “morte” do filho imaginário e desejado, e o nascimento de uma outra criança.

É comum nesse primeiro momento as famílias vivenciarem a fase da negação ou aceitação. Na fase da negação as famílias tendem a terem dificuldades de aceitar a deficiência do filho, nesta fase há o surgimento de sentimentos como: culpa, insegurança. Já na fase da aceitação, despertam nas famílias sentimentos de ser ou não capacitados a enfrentar tais condições.

É nesse momento, que as famílias se dão conta da real necessidade de seus filhos, e quais as adaptações e estimulações serão necessárias. É o momento que surge as primeiras reações frente ao diagnóstico. Algumas famílias não possuem estruturas emocionais para lidar com tais mudanças, e acabam negligenciando os cuidados onde apresentam respostas afetivas disfuncionais prejudicando o vinculo entre pais e filhos, muitas vezes superprotegendo mais do que o necessário na tentativa de diminuírem as limitações do filho, resultando numa maior dependência materna ou paterna. Em outros casos, após conseguirem elaborar a fase do luto, conseguem aceitarem as limitações e através do processo de resiliência conseguem perceberem as habilidades dos filhos, conseguindo ressignificar suas vidas e auxiliam o filho na prospecção de perspectivas futuras.

Neste caso, sugere-se a necessidade de cuidados especiais e acompanhamentos psicológicos a essas famílias para que eles possam manter uma atitude equilibrada diante dos conflitos e desafios, que são provocados quando se pensa em cuidados a crianças com algum tipo de deficiência e através da terapia, o psicólogo poderá promover que possam promover a saúde mental e emocional na elaboração e entendimento da real condição do seu filho.

Referência:
OLIVEIRA, Isaura Gisele de; POLLETO, Michele. Vivências Emocionais de Mães e Pais de Filhos com Deficiência. SPAGESP – Sociedade de Psicoterapias Analíticas Grupais do Estado de São Paulo. Revista da SPAGESP, 16(2), 102-119. 2015. Acessado em: 07 de outubro de 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rspagesp/v16n2/v16n2a09.pdf
 

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